domingo, 30 de novembro de 2008

UM NOVO SOCIALISMO

A expressão que ninguém quer usar, frente às desesperadas medidas econômicas dos governos (EUA, Alemanha, Brasil, países orientais...) para salvar os “caciques” do capital e seus bancos falidos, e que eles preferem chamar de “medidas para liquidez da economia”, na verdade é um princípio básico do Socialismo, isto é, tornar os meios de produção (indústrias,...) propriedades do Estado, ocasionando menos risco à econômia, tendendo à uma menor exploração dos cidadãos e, aplicando assim o investimento dos lucros na vida social, melhorando o bem estar da população numa integral qualidade de vida. Porém, o socialismo aplicado pelos governos neste “furacão” que vem devastando as bolsas só favorece os ricos, pois a dívida dos “homens mais ricos do mundo”, como comumente aparece na revista “Forbes”, hoje falidos, são bancados pelo bolso dos contribuintes de seus diversos Estados, fazendo com que o governo do Estado Moderno, filho preferido da “aristocracia”, consiga, em meio às novas e gritantes novidades e mudanças, reter mais uma vez o anseio popular e afirmar, sem demoras, que o Capitalismo é viável.
Aliás, viabilidade é uma palavra incompatível com o Capitalismo, pois todos os que não tem condições de se inserirem no seu “fantástico mundo” são considerados inviáveis, só para lembrar: pessoas sem formação acadêmica, crianças, velhos, deficientes, mulheres e tantos outros que, se não entrarem pela porta dos fundos, estarão por toda a vida condenados pelo “carma” da religião do capital a viveram “longe da sombra do aristocrata”. Mas, interessante mesmo é ver como que algo por toda sua existência perseguido, como foi o Socialismo, o Comunismo e seus membros, pode, em meio ao “náufrago”, tornar-se a “fé redentora” e real salvação dos burgueses?
Queremos um Socialismo para a humanidade, um Novo Socialismo, como bem definiu o sociólogo francês François Hourtart nos quatro princípios-objetivos: prioridade de uma utilização renovável dos recursos naturais; predomínio do valor de uso sobre o valor de câmbio; participação democrática em todos os setores da vida coletiva; e interculturalidade. Nas palavras de dom Pedro Casaldáliga, em seu recente artigo, “a Utopia continua, apesar de todos os pesares. Escandalosamente desatualizada nesta hora de pragmatismo, de produtividade a todo custo, de pós-modernidade escarmentada. A Utopia de que falamos, a compartimos com milhões de pessoas que nos precederam, dando inclusive o seu sangue, e com milhões que hoje vivem e lutam e marcham e cantam. Esta Utopia está em construção, somos operários da Utopia. A proclamamos e a fazemos; é dom de Deus e conquista nossa.”
Em meio ao individualismo, consumismo, hedonismo e tantos outros desalentos, como no desterro, o coração humano clama por fraternidade, por solidariedade e amor. Não é mais a vontade de poder, de capital, de dominação; nasce em meio às consciências a mais pura, singular e contemporânea vontade pela vida. Um Socialismo Novo para uma necessidade nova, pós-capitalista, uma política de todos e uma preocupação, cheia de ternura pela vida em si, pelo que ela é, nas suas mais diversas expressões.

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