sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SHOAH E OS PALESTINOS

publicado no Oeste Notícias em 14 de janeiro de 2009

Dos mais de 800 mortos na faixa de Gaza, 257 são crianças. Essa atrocidade me lembrou do holocausto nazista contra os judeus. O iídiche é o dialeto usado pelos judeus de várias regiões do mundo, inclusive do Brasil. Shoah significa calamidade, contemporaneamente designa a covardia do Nazismo quando do Holocausto. Mais de 6.000.000 de judeus mortos, sem contar as minorias: homossexuais, comunistas, testemunhas de Jeová etc. Não obstante, temos visto nos jornais, televisores, internet... as mais covardes imagens do ataque israelita ao povo palestino na faixa de Gaza. Tudo isso tem gerado inúmeras repercussões e nenhuma ação. O pior tem sido “ouvir” o silêncio da comunidade internacional: sem pronunciamentos, sem intervenção concreta.
As inúmeras covardias do governo alemão, na pessoa de Hitler e seu exército, flagelaram o povo judeu. No entanto, a comunidade internacional ficou calada, as igrejas ficaram caladas, as organizações ficaram caladas... Só depois de muitos anos de atrocidades resolveram, por interesses econômicos e institucionais, acabar com a guerra. Antes disso, não é conveniente tomar partido numa guerra onde morre o diferente, o “exótico”, o que é “fora dos padrões” ocidentais.
Hoje acontece o mesmo contra os palestinos. Por trás dos ataques israelenses contra a faixa de Gaza está o interesse de retardar a criação do Estado Palestino. O novo presidente dos EUA, Barak Obama, com certeza intermediaria tal negociação, só que agora, após os ataques, urge acabar com o massacre. A necessidade agora é negociar a paz e, caso seja possível, posteriormente, pensar na criação do Estado Palestino.
Está em jogo o petróleo, o poder bélico, o território e aliança com os poderosos do mundo. Israel, sem nenhuma ingenuidade, tem como finalidade e objetivo dominar as regiões palestinas: “barril de petróleo do mundo”. Financiados pelo poderio imperialista dos EUA, Israel mergulha cada vez mais numa guerra sem fim, sem justificativas: tal qual a guerra de Hitler. Shoah é isto, é também o holocausto palestino que passam milhares de crianças, jovens, adultos e idosos.
Gostaria de encerrar com uma frase do assessor da presidência, Marco Aurélio Garcia, que, segundo ele, “a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza é terrorismo de Estado. Quando há um atentado contra Israel, é um ato terrorista. Mas quando uma ação do exercito israelense provoca a morte de civis palestinos, é uma ‘reação de defesa’? Isso é terrorismo de Estado, me desculpem”.

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